Desde o início do milênio, o Brasil acumula números alarmantes relacionados à violência. De 2000 a 2024, mais de 1 milhão e 136 mil pessoas perderam a vida em decorrência de mortes violentas intencionais, como homicídios dolosos, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte. O número oficial impressiona, mas pode ser ainda maior devido à subnotificação e à dificuldade de classificação de algumas ocorrências.
Os dados demonstram uma trajetória oscilante ao longo das últimas duas décadas, com anos de crescimento preocupante e períodos de retração. Em 2017, por exemplo, o Brasil atingiu um recorde negativo, com 63.880 homicídios registrados. Em contrapartida, 2024 apresenta uma projeção de 35.000 mortes, o menor número da série desde 2015, sugerindo avanços no controle da criminalidade.
Vários fatores ajudam a explicar as mudanças nos índices. A criação de políticas públicas mais eficazes, investimentos em segurança, e até mesmo acordos entre facções criminosas contribuíram para a redução recente. A adoção do Estatuto do Desarmamento em 2003 também foi uma peça-chave para conter a escalada da violência naquele período.
Contudo, o desafio ainda é imenso. Regiões como o Norte e o Nordeste enfrentam índices muito superiores à média nacional. A violência urbana e rural persiste, exigindo soluções personalizadas e contínuas. A queda nos homicídios deve ser celebrada, mas também servir como motivação para consolidar políticas que salvem vidas.
